sábado, 26 de julho de 2008

O Lunático

'O Lunático' é um filme de terror cómico.
Esta história é sobre um criado duma família que tem o prazer de destruir famílias, conseguindo assassinar todos os seus membros desviando suspeitas.
Esta família é uma das muitas que este macabro assassino já aniquilou, porém desta vez nem tudo corre como esperado. Pela primeira vez começam a haver suspeitas e o Lunático vê-se numa embrulhada em que a única saída é aniquilar todos os restantes membros desta família o mais rápido possível. A sua missão não parecia difícil até ser confrontado com alguém que se pensava desaparecido.


O cinema português parece já estar marcado por filmes que não entretêm o público, por serem longos e aborrecidos...
O nosso objectivo com este projecto "O Lunático" era provar a nós mesmos que é possível fazer-se entretenimento em Portugal sem ter acesso a grandes recursos.
Sem qualquer tipo de orçamento ou mesmo sem ter gasto um tostão para a produção deste filme, pegámos nas nossas cabeças e começámos a escrever uma história que fosse elaborada, mas ao mesmo tempo que fosse possível fazer com os nossos escassos recursos.
A ideia era fazermos um filme que juntasse o terror e a comédia, as duas áreas mais difíceis de fazer em cinema. Foi longo o período em que escrevemos e discutimos as ideias até termos um argumento final. Depois foi só pegar na câmara, convencer os familiares a entrar nesta jornada e com muita paciência e dedicação foi-se fazendo o filme, que está agora disponível na internet.
Queremos mostrar ao mundo que mesmo com uma câmara amadora, sem qualquer tipo de iluminação artificial, sem a performance de actores famosos, sem falas e sem termos gasto dinheiro em aluguer de material, de roupa ou até em maquilhagem, conseguimos fazer rir, e proporcionar aos espectadores do nosso filme alguns bons momentos de diversão...

Parte 1



Numa noite de Inverno, enquanto toda a família sonhava sossegada, um misterioso vulto entra no quarto do Avô (Miguel Cravo), o elemento mais velho da família, e mata-o por asfixia enquanto este dormia.
No dia seguinte, descoberto o corpo do avô, o chefe de família
(Miguel Cravo); pai de 5 jovens; por tradição de família prega uma cruz no chão, simbolizando a morte de um ente querido. Todos pensam que a causa da morte é natural, pois o Avô já era velho, mas na realidade esta foi a primeira das macabras mortes que irão atingir esta família muito brevemente; e estes só se irão aperceber disto mais tarde...
Voltando atrás no tempo (cena a preto e branco) assiste-se a um homem ruim, bêbado e mal humorado a bater numa criança com um cinto. A criança, que nada pode fazer para o impedir, permanece sentada na cama enquanto é mal tratada pelo homem, guardando dentro de si todo o ódio, tristeza e dor, que um dia mais tarde acabarão por explodir.

Parte 2



P
assados algumas semanas depois da morte do Avô, a família Cravo volta ao normal. Bem, nem todos...
O jardineiro e criado da família (Miguel Cravo), quando está sozinho, tem comportamentos muito fora do normal. É um homem demente, com um passado incerto e foi contratado pela família apenas por solidariedade.
Margarida
(Margarida Pereira) e Ricardo (Ricardo Orge) odeiam o criado, fazem troça dele e aproveitam qualquer situação para o incomodar ou distrair. Rita (Rita Cravo), por outro lado, simpatiza com o criado, e é a única na família que lhe demonstra um pouco de afecto e carinho.

Parte 3



N
uma noite serena, enquanto as três crianças dormiam, o vulto que matara o Avô entra no seu quarto para atacar mais uma vez. Desta vez o psicopata usa uma tesoura de cozinha para esfaquear as suas vítimas. Essa tesoura foi a mesma que no passado o homem bêbado utilizara para ameaçar a pobre criança atormentada, estando agora na posse do assassino de famílias, não se sabe bem como.
Primeiro Ricardo, depois Margarida, um a um vão sendo mortos; porém o assassino chegando-se à cama de Rita pronto para a matar, decide poupá-la e desaparece.
Na manhã seguinte, a criada acorda e estranha a ausência das crianças e decide ir vê-las ao quarto. Quando lá chega descobre que estas estão mortas e corre a avisar toda a família. Enquanto isto, o assassino aproveita a situação e entra no quarto da criada colocando a arma do crime no seu armário da roupa, na esperança de desviar todas as suspeitas para a criada.

Parte 4



A
tormentada a família chora pela morte das duas crianças. Enquanto todos estão em estado de choque, o filho mais velho (Edgar Pereira) decide investigar e descobre a tesoura ensanguentada no armário da criada. Mostrando a toda a família a sua descoberta, o filho acusa a criada de ter entrado no quarto das crianças à noite e de as ter barbaramente assassinado. Mesmo com a negação da criada que foi apanhada de surpresa todos são obrigados a acreditar nessa versão da história, pois as provas são mais que evidentes. No entanto, no meio desta confusão toda, o filho mais velho repara atentamente no comportamento bizarro do jardineiro que parece feliz com a acusação da criada, e a partir desse momento o filho têm-no debaixo de olho.
Entretanto chega a polícia e prende a criada, a família vê-se aliviada por aquele pesadelo ter acabado, mas o filho mais velho não está tão seguro disso. Enquanto a criada é levada pela polícia, o jardineiro faz-lhe gestos fazendo-a perceber que o assassino era afinal ele próprio. Ela tenta avisar mas ninguém a ouve.
O jardineiro assusta-se quando repara que o filho mais velho tinha estado a observar toda a cena, e possivelmente tinha descoberto a verdade.
O filho tenta comunicar ao pai o que tinha visto, mas o pai sendo muito solidário com o pobre jardineiro, não acredita e ignora o filho. Mas este não desiste, e até quando o criado pede para ir as compras, o filho pede autorização ao pai para o acompanhar, para que assim o possa ter sempre debaixo de olho e impedir que ele mate mais alguém. O jardineiro começa-se a irritar com a atitude do filho mais velho, e começa a ver o seu plano a ir por água abaixo... ele tem de o eliminar, e depressa...

Parte 5



O
filho mais velho, enquanto acompanha o criado pela estrada no meio dos bosques, ameaça-o e tenta picá-lo para que ele confesse todos os crimes que cometeu. O criado porém nada confessa e espera por uma oportunidade ideal para poder calar o filho mais velho para sempre. Contudo apercebe-se que o pai os vigia lá do alto, e por isso não arrisca em fazer nada de suspeito. Entretanto Rita, que se encontra traumatizada no quarto, começa a berrar num desesperante ataque de choro; o pai vê-se obrigado a interromper a vigia para poder acalmar a sua filha. É o momento ideal para o criado, que se apercebe que já não está a ser vigiado. Mas para grande espanto do filho mais velho, o criado começa a fugir por entre as árvores cada vez mais para o interior do misterioso bosque. Numa perseguição selvagem o filho mais velho acaba-se por perder no meio do bosque e desesperado tenta encontrar o caminho de volta para casa, no entanto, a meio do caminho este ouve um ruído perto de um pedregulho à berma de uma falésia e decide empoleirar-se para ver o que é...

Parte 6



É
esta a oportunidade de aniquilar o filho mais velho e portanto nada pode falhar. Porém, após ter atirado o filho mais velho pela falésia abaixo, na esperança de ele morrer com o impacto, repara que este ainda se encontra bem vivo dentro de água. Furioso o criado tenta atirar-se da falésia para acabar o seu serviço, mas o medo impede-o de saltar. Com a ajuda de uma pinha, que por acaso cai mesmo na cabeça do criado, este caí meio atordoado dentro de água. Nadando como um animal, o criado chega rapidamente ao encontro do filho mais velho, onde começa uma feroz luta em que ambos se tentam afogar um ao outro. No final, o criado acaba por sair vitorioso, calando para sempre o filho mais velho.
O pai que acalmara Rita, regressa ao seu posto de vigia e tenta reencontrar os dois com os seus binóculos. No entanto só consegue encontrar uma coisa: o corpo do seu filho a boiar na água... O pai desesperado e enfraquecido pela tristeza percebe que fora injusto, por não ter acreditado nos avisos do seu filho, que lhe contara que o verdadeiro assassino era o criado...

Parte 7



O
pai enquanto dorme tem uma terrível visão: Uma pobre e fraca velhinha que caminha pela estrada do bosque tem um triste final, quando de repente e sem qualquer aviso aparece o criado, que corre para ela e macabramente a mata, após esta ter tropeçado e caído violentamente no chão.
O pai, que acorda deste violentíssimo pesadelo, teme agora que o criado regresse àquela casa para acabar com o resto. É isso mesmo que irá acontecer. Ainda não saciado, o lunático regressa à casa pronto para aniquilar mais um membro da família...

Parte 8



D
epois da morte do filho mais velho, da Margarida e do Ricardo; o Lunático voltou para acabar o seu trabalho. Desta vez decide matar a pessoa que mais lhe deu carinho e afecto: Rita. Esta, que não está a par do que se anda a passar na sua família, alegra-se de o ver de volta. Mas este, depois de alguma luta de emoções, sentimentos e memórias avança para ela e afoga-a na piscina onde esta brincava.
O Lunático tem na sua posse uma lista, "A Lista da Morte"; onde este aponta todas as famílias que já aniquilou e quantos membros é que lhe faltam para completar. No topo da sua lista encontra-se a "Família Lunático", a sua família... E é aqui que é contada a história da sua infância.
O Lunático era a tal criança atormentada pelo seu pai bêbado e mal humorado. Era uma criança frágil e débil, e guardava para si todo a dor e todo o sofrimento que o seu pai lhe dava quando lhe batia. Mas um dia ele explodiu, não aguentava mais o seu ódio. Entrou no quarto de seu pai e apertou-lhe o pescoço até este falecer. Sentia-se livre, mas ao mesmo tempo confuso. Foi aqui que começou a sua demência, a sua loucura. Foi nesse momento que a pobre criança se transformara em "Lunático".
O pai ao descobrir o corpo da filha na piscina, furioso e com o coração cheio de ódio, ordena ao pobre filho padre que entre no bosque e procure sem descanso o macabro criado. O filho padre obedece e corre sem parar pelo bosque, onde se perde e acaba por enlouquecer...

Parte 9



C
inco membros da família estão mortos e um desapareceu nos bosques, e não aparenta mais voltar àquela casa. Apenas o pai vive agora, atormentado pelo medo e pelo passado. Já não consegue dormir, a única coisa que o mantém quente por dentro é o chá que ele prepara todas as noites antes de se sentar no cadeirão a ouvir música para tentar alegrar o seu coração.
Numa dessas noites, o Lunático decide voltar para acabar de vez com o seu trabalho: eliminar todos os membros da família, e agora só lhe falta mais um! Desta vez foi com veneno depositado no chá.
Enquanto o pai morre lentamente agoniado com o efeito corrosivo do veneno, o Lunático senta-se à sua frente e assiste maravilhado à morte do pai.
Conseguiu! O Lunático aniquilou todos os membros da família Cravo, e agora pode descansar tranquilo enquanto sonha com a próxima família que irá ser sua vítima...
Mas durante a noite acontece algo que ele não esperava...

Parte 10



O
Lunático acorda amarrado a uma cadeira na varanda da casa. À sua frente, enlouquecido pelo ódio e pela mágoa, encontra-se o filho padre, que força o lunático a contar-lhe toda a sua história.
Ele conta-lhe que era uma criança atormentada pelo seu pai, que lhe batia. Um dia ele pôs um fim à sua dor, matando o seu próprio pai. Depois disso enlouqueceu e a morte tornou-se um vício para ele. Foi por isso, que ele
empregava-se como criado ou jardineiro em famílias, normalmente numerosas, e assim conseguía facilmente aniquilar todos os seus membros. Ele matara mais de 10 famílias, e a família Cravo era apenas mais uma da sua lista.

Parte 11



D
epois de lhe ter contado a história, o filho padre perde-se numa confusão de sentimentos e emoções e não repara no que o Lunático está a fazer. Este consegue-se desamarrar das cordas e atira-se violentamente contra o padre para o matar. Começa assim uma luta, a luta final, onde apenas um poderá sair vitorioso. Após uma enorme queda, o Lunático finge estar arrependido de tudo o que fez, e o padre misericordioso quase que se deixava cair pela armadilha do Lunático. Mas este apercebe-se e acaba por matar o Lunático com uma picareta que se encontrava ao pé.

Parte 12


O filho padre depois de ter morto o lunático, escava uma vala no chão no meio do bosque onde cuidadosamente enterra-o para que nunca mais seja encontrado. No entanto, algo de ruim e sobrenatural acontece... O Lunático está vivo!
Alguns meses mais tarde, uma nova família compra a casa, que era antiga casa da família Cravo. Durante um jantar a família espera alegremente que o fiel criado sirva a deliciosa comida preparada por ele. Mas nenhum membro sabe o que os espera. O criado é o Lunático! E está pronto para matar... outra vez!
Mas o que o Lunático não sabe, é que desta vez, não está sozinho. Alguém o espera no meio dos bosques e da escuridão. Alguém tão demente quanto ele, alguém que viu a sua família a ser assassinada e deseja agora vingar-se...

Parte 13



FIM...

Bloopers



Foi um longo período de trabalho mas também houve tempo para nos divertirmos.
Estes são os bloopers do nosso filme "O Lunático".